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Venâncio Aires quer ampliar ações de proteção à vida
19/08/2020 às 14h19minPela primeira vez a Prefeitura de Venâncio Aires elaborou uma estratégia para tirar o Município das tristes estatísticas ligadas ao suicídio. A proposta é de alinhar ações conjuntas para identificar casos da doença em toda a rede pública de atendimentos. Além disso, a iniciativa busca desmistificar também outro ponto. A ligação dos altos índices locais com a produção de tabaco. A proposta criada pela Secretaria Municipal de Saúde poderá inclusive romper as fronteiras do município e ganhar espaço em outras cidades que possuem a produção tabacaleira como destaque na economia.
Na prática, o poder público local irá investir R$ 170 mil na contratação de equipes multiprofissionais para traçar os fluxos de atendimento e no treinamento de profissionais de saúde, professores e funcionários públicos, para identificar situações de risco.
Ainda em 1996 uma reportagem nacional colocou Venâncio Aires como a capital do suicídio. Quase 25 anos depois, uma política pública de ajuda e combate aos indíces está sendo desenhada. O trabalho é executado pela Secretaria Municipal da Saúde, e coordenador pelo Comitê de Prevenção ao Suicídio, criado em novembro do ano passado. A partir disso, ações foram desenvolvidas para garantir um novo olhar sobre o assunto e tratar os indicadores locais de risco à vida. Em meio a pandemia, o assunto também ganha força e exigirá um novo envolvimento público, já que passada a crise de saúde mundial, as doenças mentais deverão registrar crescimento.
“Há 25 anos Venâncio Aires discutiu pela primeira vez este assunto. Agora estamos dando início a um programa público para ajudar a criar um rede de proteção à vida. É um assunto que possui muitos desafios e que por anos alguns setores contrários ao tabaco apontaram essa produção como uma das resposáveis pelas taxas altas. Porém, com este projeto teremos condições de ampliar e discutir este assunto e garantir dados seguros e as ligações ou não, com a nossa cultura e produção,” destacou o prefeito Giovane Wickert (PSB), durante o lançamento da ação na última sexta-feira, 14.
NOVO
Conforme o secretário municipal de Saúde, Ramon Schwengber, a ação municipal é considerada pioneira e busca criar caminhos adequados para atender casos deste tipo. “Este plano está sendo discutido desde novembro do ano passado. Listamos medidas para aprimorar a nossa rede e identificar possíveis casos de pessoas que possam atentar contra a vida. Esta é uma iniciativa inovadora e não possui referências. Estamos fazendo do zero, buscando aprimorar a nossa rede de atendimentos em todo o serviço público,” explica.
A coordenadora do Comitê Municipal, Patrícia Antoni, destaca que a ação vai aprimorar a identificação de pessoas – jovens, adolescentes e idosos – que precisam de ajuda. “Vamos treinar as equipes de atendimento, inclusive das escolas, para realizar os caminhos corretos de ajuda. Estamos aprimorando a nossa rede de proteção às vidas.”
NÚMEROS
Nos últimos 10 anos, Venâncio Aires registrou no total 178 casos de mortes autoprovocadas. O ano de 2019 é o pior na década, com 26 casos registrados. Até julho deste ano foram 11 casos registrados no município. As informações constam nos relatórios da Secretaria Estadual de Saúde, a partir de registros feitos pela equipe venâncio-airenses.
Segundo Patrícia, os números deste ano não devem alcançar as marcas de 2019, em função da pandemia, porém, o cenário pós-Coronavírus, ainda é incerto. “Agora as famílias estão mais próximas e monitorando os familiares. Ainda avaliamos os cenários para os próximos meses. Precisamos trabalhar para evitar o aumento de casos. Nossa luta será para reduzir,” destaca.
Os relatórios estaduais apontam ainda que os casos de tentativa de suicídio poderiam aumentar as estatísticas municipais. Isso porque, só em 2020, foram 53 registros de lesão autoprovocada – quando envolve ingestão de produtos e violência contra o próprio corpo – de pessoas que foram atentidas pela rede pública de saúde. Em 2019, os casos de lesões autoprovocadas totalizaram 111 registros.
ONDE BUSCAR AJUDA?
- CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).
- UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospital
- Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita)
- Doutor Protege Saúde Mental – no site da Prefeitura onde é feito um breve questionário. Após responder, profissionais da rede de saúde e/ou membros do Comitê entram em contato para indicar e identificar qual fluxo a pessoa deve seguir.
Créditos dos textos: Olá Jornal
Fonte: Olá Jornal
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