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O ano de 2020 terminou com um saldo altamente positivo para a Polícia Civil de Venâncio Aires. Não por ter conseguido aumento no efetivo – que tem uma defasagem histórica – ou pela construção do novo prédio, prometido há anos. A boa notícia se refere ao aumento dos procedimentos policiais. Dos mais de cem inquéritos de homicídios para apurar, a equipe do delegado Felipe Staub Cano concluiu e encaminhou ao Poder Judiciário mais da metade.

De acordo com o titular da Delegacia de Polícia, o ano passado começou com 103 homicídios para serem apurados. Alguns deles, acontecidos há mais de três anos, mas que necessitavam investigações. “Montamos uma força-tarefa e conseguimos remeter 55 inquéritos de homicídios para análise do Ministério Público”, explica Cano.

Ele menciona que alguns casos não foram esclarecidos (não há autoria comprovada), mas, mesmo assim, foram enviados à apreciação do promotor Pedro Rui da Fontoura Porto. “Às vezes, o promotor vê algum detalhe que não percebemos. Por isso é importante este compartilhamento de informações”, diz. O delegado destaca que nada impede de um inquérito retornar para novas diligências. “Isso já aconteceu e, se surgirem novas provas, nada impede que o inquérito seja reaberto”.

Entre os casos ‘mais antigos’ que foram esclarecidos está uma morte registrada no interior do município. Um homem foi morto com golpes de facão, dentro da casa onde morava. A suspeita era de um latrocínio (matar para roubar), mas as investigações chegaram a um crime praticado por conta de um desacerto comercial. Neste caso, um homem e uma mulher foram indiciados. Os golpes de facão, segundo as investigações, foram praticados pelo homem.

12 mortes no ano

Afora os inquéritos antigos, a equipe coordenada pelo delegado Cano se deparou com 12 crimes contra a vida em 2020. Um dos mais violentos foi praticado no final da tarde do dia 5 de abril. Um homem de 33 anos foi executado com 11 tiros, disparos quase à queima-roupa. O fato aconteceu na rua Senador Pinheiro Machado, na área central da cidade, em frente à casa onde ele vivia.

Segundo o delegado Cano, apesar da agressividade e do local onde o crime foi praticado, não há testemunhas oculares. O que se sabe é que o autor dos disparos é um homem jovem, de estatura mediana, que usava boné. A namorada da vítima disse que ele se apresentou como interessado em fazer um negócio com a vítima e, por isso, ela entrou na casa e não viu mais nada.

Não demorou e a garota escutou os estampidos e encontrou o namorado caído. Os 11 tiros foram disparados de uma pistola calibre 9 milímetros. “Por isso não descarto que o crime foi praticado por integrantes de uma facção criminosa, mas nada foi esclarecido neste sentido”, salienta o delegado.

Perícias

Algumas mortes que aconteceram em 2020 estão praticamente esclarecidas, mas o delegado Cano aguarda pelas perícias para encaminhá-las ao Poder Judiciário. É o caso da primeira morte registrada no ano passado. Trata-se de um feminicídio, onde o autor cometeu suicídio. “Sabemos que tudo indica que ele foi o autor da morte da mulher e que por isso se suicidou logo depois. Mas só com o resultado da perícia é que poderia afirmar isso”, explicou.

O delegado aguarda o resultado de um exame de balística feito na arma apreendida junto ao corpo do homem que se suicidou. “Recolhemos um dos projéteis encontrados no corpo da vítima e o encaminhamos à perícia para saber se ele partiu da arma apreendida com o homem”, revelou o titular da DP.

Outras perícias aguardadas são referentes a dois corpos que foram encontrados carbonizados, no interior do município. Um dos casos falta confirmar a identificação do corpo e o outro, o resultado de um exame de DNA. “São inquéritos praticamente finalizados, dos quais só aguardamos as perícias”.

Metas para 2021

Para o ano que se inicia, o delegado Cano traçou algumas metas. Entre elas, elucidar os crimes de estupro que estão pendentes. Outra meta é manter as investigações sobre todo o tipo de crime dentro do ano. “São metas traçadas e que vamos cumprir”, diz o delegado.

Créditos das fotos: Alvaro Pegoraro - Jornal Folha do Mate

Créditos dos textos: Alvaro Pegoraro - Jornal Folha do Mate

Fonte: Jornal Folha do Mate