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Promotor de Venâncio coordena ação que prende suspeitos por falsificação de álcool em gel no RS

03/12/2020 às 16h50min

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco – Núcleo Saúde) do Ministério Público, com apoio do 1º BP Choque da Brigada Militar, prendeu, nesta quinta-feira, 3 de dezembro, um empresário de Porto Alegre e a responsável técnica da empresa por falsificação de álcool gel 70%. Entre as diversas irregularidades constatadas no produto fabricado por eles, se sobressai o teor de álcool etílico de apenas 53,7%, circunstância que acarreta, segundo laudo técnico, ineficácia na defesa contra a Covid-19.


Conforme a investigação, o produto foi revendido durante a pandemia do coronavírus para farmácias, clínicas médicas, distribuidoras de medicamentos, mercados, prefeituras e até Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).“O álcool gel fabricado para fins de comercialização apresentou resultados insatisfatórios para todos os ensaios realizados, tratando-se de produto falsificado na origem, elaborado sem a qualidade informada pelo fabricante no respectivo rótulo e sem registro adequado na Agência Nacional Reguladora”, explicou o promotor de Justiça que atua em Venâncio Aires e coordenador do Gaeco – Núcleo Saúde, João Afonso Silva Beltrame.


Segundo o laudo de análise do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), a amostra do produto continha pH correspondente a 9,3, quando o valor referência indicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é de 5 a 7. Além disso, continha teor de álcool etílico de 53,7º INPM, quando o insumo deveria corresponder a 70º INPM. Ou seja, 70g de álcool etílico para 100g do produto.


O álcool gel 70% ganhou projeção mundial durante a pandemia, quando seu uso passou a ser amplamente recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela Anvisa e por diversos outros órgãos públicos e entidades privadas. “A elaboração de produtos à base de álcool, para serem efetivos na redução da propagação do Covid-19, precisa, é claro, obedecer a padrões de qualidade, entre os quais o percentual de álcool etílico presente na composição, sob pena de ineficácia do produto aos fins a que se destina”, pontuou o promotor de Justiça do Gaeco, Marcelo Dossena Lopes dos Santos.


O subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do Ministério Público, Marcelo Lemos Dornelles, lembra que a instituição criou uma força-tarefa para combater fraudes durante a pandemia. “Essa força-tarefa vêm trabalhando muito e, neste caso concreto, chegou a resultados muito positivos com, inclusive, duas prisões efetuadas hoje. Esse caso traz problemas na licitação, no superfaturamento do preço e, o mais grave, na adulteração do produto. Isso é extremamente grave, porque pessoas, empresas, prefeituras estão comprando e usando achando que estão se prevenindo dessa doença tão grave”, destacou.


Créditos das fotos: Divulgação - Rádio Terra FM

Créditos dos textos: Rádio Terra FM

Fonte: Rádio Terra FM

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