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Uma história de 15 anos marcada por um novo desafio natalino
02/12/2020 às 18h49minO Natal com certeza é uma data especial, mas o momento mais esperado pelas crianças e porque não, também pelos adultos e idosos é a chegada do bom velhinho para atender os pedidos. Esse ano, devido a pandemia a casinha estará sem o Papai Noel de forma presencial e por isso, fomos conversar com ele em sua casa para entender sobre o seu trabalho e como será nesse ano tão diferente.
Claudiomiro Luis da Silva de 52 anos já interpreta a figura do Papai Noel há 15 anos e em entrevista realizada contou sobre como iniciou sua trajetória natalina de todos os anos. Tudo teve início com um anúncio de jornal que pedia por um Papai Noel para atuar no antigo shopping Top Center que ficava no centro de Venâncio Aires. Claudiomiro se inscreveu e prontamente foi chamado. Mas nessa história houve uma confusão: a barba de Claudiomiro era preta e ruiva, como faria para ter a barba branca do Papai Noel? Após várias tentativas, suas filhas usaram descolorante para obter uma barba branca, que hoje, Claudiomiro conta que já não precisa de produtos pois ela já vem naturalmente assim, “a idade está me ajudando (risos)”, fala.
E assim começou seu trabalho, o início sem experiência aos poucos foi ensinando Claudiomiro a como ser o verdadeiro Papai Noel e a lidar com o medo das crianças que fugiam ou vê-lo. Hoje, conta que pais se impressionam e ficam emocionados com o jeito que consegue fazer que crianças sentem no seu colo e tirem uma foto para recordar o momento.
O Natal se aproxima
O mês de dezembro já é naturalmente mágico e no início dele a preparação para ser o bom velhinho já começa. O cuidado com a barba, conforme ele diz, não dá muito trabalho não, lava com um shampoo e está pronta, já a roupa é guardada e cuidada com todo carinho. Possui o traje completo, desde o gorro até as botas, e por sinal, Claudiomiro já nem precisa mais ensaiar o tradicional ‘ho ho ho’, o jeito de Papai Noel já faz parte da sua vida. “Tenho as crianças no coração o ano todo, chega o dia 26 e já tenho saudades”, confessa.
Perguntado sobre a experiência de ser o Papai Noel, Claudiomiro conta que se sente o próprio. “É uma época muito feliz, amo as crianças, é um prazer ter esse trabalho e sentir o coraçãozinho batendo alucinado no abraço apertado, o dinheiro não importa, o que quero é a felicidade das crianças”, fala emocionado.
Claudiomiro é agricultor, pai de duas filhas e avô de três netos e pede que todos os pais conversem com seu filhos sobre o real significado do Natal para que saibam que por trás dos presentes e da festa existe o nascimento de Jesus Cristo e é isso que dá sentido ao Natal. E ainda comenta conosco seu desejo de que as pessoas tenham esse espírito de amor uns pelos outros também durante todo o ano, e não somente no Natal.
A tristeza do Papai Noel
Apesar da felicidade que traz a figura de ser o bom velhinho, esse ano o Natal tem um gosto mais amargo, devido o distanciamento que todos estão submetidos com a pandemia da COVID-19 e também por Claudiomiro fazer parte do grupo de risco. “Perder esse contato, de abraço, de beijo dói muito para mim”, fala Claudiomiro, que diz ter visto crianças crescerem ano a ano com as visitas na casinha da praça católica. No momento, a agenda do Papai Noel está programada com a cidade de Mato Leitão que fará a entrega de presentes nas casas dos estudantes.
O bom velhinho também tem um pedido
Quando Claudiomiro interpreta o famoso Papai Noel, recebe crianças de todas as classes sociais e de diferentes realidades, e em muitas situações os pedidos que recebe não são de presentes convencionais como uma boneca ou carrinho de controle remoto, conforme conta Claudiomiro, alguns pedidos vem de histórias muito tristes e comoventes.
Por isso, Claudiomir nos fez um pedido também, quer saber o desfecho de uma história que tentou ajudar a realizar enquanto Papai Noel. Em uma visita do Colégio Oliveira no Shopping Top Center há aproximadamente 15 anos atrás quando iniciou seu trabalho como Papai Noel, uma menina de nove anos estava distante da turma que cercava o bom velhinho e então Claudiomiro se aproximou da mocinha. Perguntou qual era o seu pedido de Natal e depois de muito insistir, ela contou que queria ver seu pai que foi embora para Santa Catarina quando tinha um ano e meio de idade. “Na hora me deu um nó na garganta mas me controlei e peguei alguns dados para tentar ajudar ela”, conta Claudiomiro. Então na época, pediu ajuda da Rádio Venâncio Aires que noticiou o fato e também entrou em contato com rádios catarinenses à procura do pai da menina.
Então, após essa tentativa de ajuda, Claudiomiro nunca mais teve contato com a menina ou notícias do desfecho dessa história. Para atendermos o pedido do bom velhinho, caso alguém saiba alguma informação, o Portal Guia Venâncio se disponibiliza e deixa o contato (51) 99229-6919. Outro desejo dele é ainda escrever um livro contando algumas das histórias que presenciou como Papai Noel, pois como conta ele “um Papai Noel de shopping de cidade grande só ouve histórias de alegria, a maioria das pessoas têm boas condições, aqui não, tem gente de todas as classes, já ouvi histórias difíceis, pois as crianças não mentem”.
Ainda, um recado especial foi deixado pelo Papai Noel a todas a crianças e adultos para que o Natal desse ano seja feliz e abençoado, apesar do momento atípico: “quero dizer para terem fé, lutar enquanto puder, porque a pandemia vai demorar mas vai passar. E ela veio também como exemplo para as pessoas se reunirem mais com suas famílias, e não somente sair para se divertir. Deixo o meu maior carinho por todos, um final de ano maravilhoso e que possamos dar a volta por cima. Que 2021 venha para tirar os males de 2020, um Feliz Natal para todos, ho ho ho!”
Créditos das fotos: Willian de Oliveira - Portal Guia Venâncio
Créditos dos textos: Luana Schweikart - Portal Guia Venâncio
Fonte: Portal Guia Venâncio
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